sexta-feira, 27 de agosto de 2010


"O medo sempre me guiou para o que eu quero.

E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou.

O medo me leva ao perigo.

E tudo o que eu amo é arriscado!"

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


É tão dificil partir quando o que mais se quer é ficar...

sábado, 21 de agosto de 2010

To Me


...a mais carinhosa também é a mais brutaa mais inteligente é ao mesmo tempo a mais sensívela mais bonita também é a mais emburradaa, mais esperta é ao mesmo tempo a mais mundo-da-luaa, mais bem humorada também é a mais secretaa, mais velha é ao mesmo tempo a mais molecaa, mais moça também é a mais madura. Não vive sem a outra e eu não vivo sem as duas...


Do livro "Cartas extraviadas e outros poemas" da Martha Medeiros

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Desistir?
Eu já pensei seriamente nisso,
mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.
Cora Coralina

domingo, 15 de agosto de 2010



E a gente vai por aí,
se completando assim meio torto mesmo.
E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas,
não teriam se cruzado.

sábado, 14 de agosto de 2010


.Somos livres para escolher nossas ações, mas prisioneiros de suas conseqüências.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

São tuas...


Toma,

são tuas...

somente tuas...

leva com você...







quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Por que?





Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou...
(Vento Litoral- Legião Urbana)

Meu Coração querido...


Dentro do meu peito você tem pesado muito ultimamente, esta acumulando sentimentos, pessoas e coisas demais . Quase não to suportando mais. Você já não sabe quem merece a sua confiança, tristeza, solidão, se você está sendo traindo, se é verdade ou mentira, se vai dar certo ou não , são questões demais pra um pequeno coração, você desconfia de tudo e todos...
As vezes eu perco o ar, falta espaço pra mim ai dentro. Preciso fazer uma limpeza em você antes que você pare por esforço excessivo e repetitivo. Preciso jogar fora muitos sentimentos, alguns pensamentos e algumas pessoas.
Que tal começar agora?
Não fique com medo, a limpeza vai te deixar mais leve e enxergando as coisas com mais clareza você vai fazer melhores escolhas. Como estou cansada vou colocar um pouco de paciência, fé, tempo . Eles vão se encarregar de te deixar mais leve, li nas indicações que eles que são muito eficientes em limpeza pesada.
Eu só quero que a gente fique bem, viva bem e pra isso eu tenho que cuidar de você...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Menina e o Pássaro encantado (2)

A menina me confessou que é verdade, ela fica mais bonita quando o pássaro está por perto. Mais me disse também que ela preferia que o pássaro ficasse aqui para sempre ou então partisse de uma vez. A humanidade da garota não agüenta mais este encanto, ela precisa no momento de algo mais real.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A menina e o pássaro encantado...

A menina e o pássaro encantado – Ruben Alves

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades…
As suas penas também eram diferentes.
Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.
Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
— Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores.
Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
— Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias.
A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia.
E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
— Tenho de ir — dizia.
— Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…
— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades — dizia o pássaro.
— Eu também vou chorar.
Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade.
É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas.
Se eu não for, não haverá saudade.
Eu deixarei de ser um pássaro encantado.
E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu.
A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria.
E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá.
Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu.
Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse.
E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
— Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto.
As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou.
Pensou que ele acabaria por se acostumar
. Mas não foi isto que aconteceu.
O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu.
Não, aquele não era o pássaro que ela amava.
E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.Abriu a porta da gaiola.— Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
— Obrigado, menina. Tenho de partir.
E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós.
Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito.
Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita.
E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu.
Voou que voou, para lugares distantes.
A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.— Que bom — pensava ela — o meu pássaro está a ficar encantado de novo…E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
— Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro.
Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar.
Ah!Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.